Quem Somos
A Periferia Brasileira de Letras é uma rede composta por coletivos literários que atuam em territórios de alta vulnerabilidade social. Com presença nacional, a PBL busca a territorialização de políticas públicas e a produção de conhecimento (pesquisas, seminários e publicações) sobre literatura em favelas e periferias brasileiras.
Fazem parte da PBL rodas de slam, bibliotecas comunitárias, editoras independentes, saraus poéticos, residências literárias, rodas de leitura, teatro de rua e festivais literários; pois entende-se que as muitas formas de se organizar – e mobilizar pessoas – com a palavra poética levam para um mesmo sentido político: a ampliação da democracia dentro das favelas, vilas, comunidades e quebradas brasileiras; e, finalmente, dialoga com a proposição de Antônio Cândido, da defesa da literatura como um direito humano.
Dois conceitos são centrais para a atuação da Periferia Brasileira de Letras: a Promoção da Saúde e a Promoção da Literatura.
Com o primeiro foi possível à Cooperação Social da Fiocruz identificar que, através das experiências culturais, em especial as literárias, para além do diagnóstico sobre iniquidades sociais, residem nas favelas brasileiras os mais instigantes e inovadores modelos de formação crítica e cidadã da população local – e que isto é intersetorialidade, uma abordagem da Promoção da Saúde que se refere à articulação de diferentes setores da sociedade para tratar um determinado problema ou questão de forma conjunta e integrada.
Já a Promoção da Literatura se materializa no reconhecimento de que a criação literária é fenômeno estimulador de identidades culturais – pois diante de um mundo desigual tanto uma obra literária pode provocar perspectivas insurgentes sobre o status quo, quanto pode propiciar amálgama de novas ideias, forjando pertenças sociais.
Mediadores de leitura, produtores culturais, poetas e escritores têm utilizado a força da palavra poética para mobilizar moradores das periferias para experiências que misturam, sem hierarquizações, o direito ao deleite estético aos atos de resistência cultural. Nesta definição encontramos os coletivos literários da rede PBL e grande parte de sua luta política.
participação
A Periferia Brasileira de Letras reúne coletivos das mais diversas linguagens literárias. Em seu primeiro ano conta com membros atuantes em periferias e favelas de centros urbanos brasileiros das seguintes capitais: Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
A rede PBL busca ser um ator ativo no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis no campo do livro, leitura e literatura que leve em conta as demandas de territórios vulnerabilizados. O projeto de implementação da PBL se divide nas seguintes etapas:
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A PESQUISA produzida em 2022, na qual os membros da PBL acessam outros coletivos literários para compreender as condições de produção cultural, do trabalho e da organização das periferias ao redor da literatura, com 170 coletivos literários nos 8 estados.
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OS CÍRCUITOS METROPOLITANOS, momento de imersão local para escuta, trocas, análises e proposições entre os coletivos literários utilizando como base os resultados preliminares da pesquisa em cada estado.
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A CARTA DA PBL construída coletivamente como resultado da mobilização da pesquisa e dos Círculos Metropolitanos, direcionada ao PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) com recomendações para ampliação e estruturação do trabalho realizado pelos coletivos literários no campo do livro, leitura, escrita, bibliotecas, oralidades e literatura.
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UM DOCUMENTÁRIO que será produzido em 2023 registrando a experiência dos coletivos, trazendo um pouco da diversidade da literatura produzida nas periferias do território brasileiro, retratando peculiaridades regionais da língua, do fazer poético e de suas implicações políticas.
formação
Com o objetivo de oferecer aos integrantes da rede um percurso comum, foi oferecida uma fase de formação sobre políticas públicas. Através de um curso a distância (EAD) foi apresentado o conceito de Saúde em seu sentido ampliado, relacionando-o aos determinantes sociais da saúde. Em seguida, foi trabalhada a noção de Estado, Sociedade e Poder, no que foi possível conectar noções teóricas e práticas da política contemporânea, abordando tanto os jogos de interesses ao redor da política, quanto o seu sentido objetivo, abordando o funcionamento do estado democrático de direito.
No curso foi resgatado o percurso específico das políticas públicas do livro, leitura e literatura no Brasil até seu marco mais recente a lei 13.696, Política Nacional do Livro (PNLE). O formato EAD contou com debates on-line com os professores. Essa prática permitiu aprofundar questões e mesmo derivar para novos argumentos. O corpo de professores é formado por:
JOSÉ CASTILHO, ex-secretário executivo do PNLE e que dá nome à Lei Castilho
CIDA FERNANDEZ, integrante da equipe do Programa Direito a Leitura do Centro Cultural Luiz Freire (PE) e da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias
VOLNEI CANÔNICA, ex-diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MINC
ROSE CIPRIANO, ativista da educação e do MNU – Movimento Negro Unificado
GABRIELA GAIA, doutora em arquitetura e urbanismo pela UFBA
JULIANA KRAPP, doutora em literatura brasileira pela UER) e pesquisadora ICICT/Fiocruz
LEONÍDIO SOUZA SANTOS, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz
FELIPE EUGÊNIO, historiador e coordenador da PBL – Cooperação Social da Presidência da Fiocruz
ANDRÉ LIMA, historiador e coordenador do Programa de Territórios Saudáveis e Sustentáveis de Centros Urbanos – Cooperação Social da Presidência da Fiocruz
DANIEL PINHA, professor de História do Brasil Contemporâneo, UERJ
DJEFFERSON AMADEUS, advogado criminalista e coordenador do Instituto em Defesa da
População Negra – IDPN
ao percurso do primeiro ano da rede.
Coletivos
REDE BAIXADA LITERARIA
NOVA IGUAÇU – RIO DE JANEIRO
BIBLIOTECA COMUNITÁRIA CARANGUEJO DE TABAIARES
Caranguejo Tabaiares – Recife
BIBLIOTECA COMUNITÁRIA GIRASSOL
Porto Alegre – RS
BEABAH
Porto Alegre – RS
COLETIVOZ SARAU DA PERIFERIA
Belo Horizonte – MG
ECOMUSEU DE MANGUINHOS
MANGUINHOS – RIO DE JANEIRO
EDITORA KITEMBO
São Paulo – SP
COLETIVO PAPO RETO
Planaltina – Distrito Federal
PERIFERIA QUE LÊ
Bom Jardim – Fortaleza
SARAU POESIA DA ESQUINA
CIDADE DE DEUS – RIO DE JANEIRO
POETAS VIVOS
Porto Alegre – RS
GRUPO DE ARTE POPULAR A POMBAGEM
Salvador – BA
SLAM DAS MULÉ
Camaçari – BA
Equipe
Felipe Eugênio
Coordenador da PBL
Historiador e mestre em ciência da arte. Com experiência em EJA e na Promoção da Saúde e Cultura. É atuante em Manguinhos desde 2003 e foi na literatura que realinhou as diretrizes do Ecomuseu de Manguinhos/Redeccap para contribuir com o horizonte de governança territorial democrática para favelas, estando a frente da coordenação editorial das residências literárias favelofágicas desde 2015. É também idealizador e coordenador da PBL.
Mariane Martins
Coordenadora da PBL
Filósofa e designer, atua com arte, comunicação e pesquisa em projetos que discutam direitos humanos e desenvolvimento social. Coordena a PBL e faz parte do coletivo Fluxos Urbanos atuando em projetos nos subúrbios e favelas cariocas que envolvem arte, tecnologia e comunicação.
Edson Santana
Comunicação
33 anos, cria de Realengo/RJ. Escritor, poeta, pai do Martin e militante do movimento negro.
Juliana Portella
Comunicação
Comunicadora. Cria da Baixada Fluminense, Mestranda em Educação, Comunicação e Cultura em Periferias Urbanas (UERJ), Bacharela em jornalismo (UFRRJ), especialista em publicidade afirmativa (UFRJ), pós-graduada em Branding (IED).