A CARTA DA PBL À SOCIEDADE E À POLITICA BRASILEIRA, para o
PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) é resultado de etapas de pesquisa
e consultas a mais de 150 coletivos literários.

A CARTA DA PBL À SOCIEDADE E À POLITICA BRASILEIRA, para o PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) é resultado de etapas de pesquisa e consultas a mais de 150 coletivos literários.

Quem Somos

A Periferia Brasileira de Letras é uma rede composta por coletivos literários que atuam em territórios de alta vulnerabilidade social. Com presença nacional, a PBL busca a territorialização de políticas públicas e a produção de conhecimento (pesquisas, seminários e publicações) sobre literatura em favelas e periferias brasileiras.

Fazem parte da PBL rodas de slam, bibliotecas comunitárias, editoras independentes, saraus poéticos, residências literárias, rodas de leitura, teatro de rua e festivais literários; pois entende-se que as muitas formas de se organizar – e mobilizar pessoas – com a palavra poética levam para  um mesmo sentido político: a ampliação da democracia dentro das favelas, vilas, comunidades e quebradas brasileiras; e, finalmente, dialoga com a proposição de Antônio Cândido, da defesa da literatura como um direito humano. 

Dois conceitos são centrais para a atuação da Periferia Brasileira de Letras: a Promoção da Saúde e a Promoção da Literatura.

Com o primeiro foi possível à Cooperação Social da Fiocruz identificar que, através das experiências culturais, em especial as literárias, para além do diagnóstico sobre iniquidades sociais, residem nas favelas brasileiras os mais instigantes e inovadores modelos de formação crítica e cidadã da população local – e que isto é intersetorialidade, uma abordagem da Promoção da Saúde que se refere à articulação de diferentes setores da sociedade para tratar um determinado problema ou questão de forma conjunta e integrada. 

Já a Promoção da Literatura se materializa no reconhecimento de que a criação literária é fenômeno estimulador de identidades culturais – pois diante de um mundo desigual tanto uma obra literária pode provocar perspectivas insurgentes sobre o status quo, quanto pode propiciar amálgama de novas ideias, forjando pertenças sociais. 

Mediadores de leitura, produtores culturais, poetas e escritores têm utilizado a força da palavra poética para mobilizar moradores das periferias para experiências que misturam, sem hierarquizações, o direito ao deleite estético aos atos de resistência cultural. Nesta definição encontramos os coletivos literários da rede PBL e grande parte de sua luta política.

literatura no poder

participação

A Periferia Brasileira de Letras reúne coletivos das mais diversas linguagens literárias. Em seu primeiro ano conta com membros atuantes em periferias e favelas de centros urbanos brasileiros das seguintes capitais: Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.

A rede PBL busca ser um ator ativo no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis no campo do livro, leitura e literatura que leve em conta as demandas de territórios vulnerabilizados. O projeto de implementação da PBL se divide nas seguintes etapas:

1

 O PROCESSO FORMATIVO dos coletivos literários com debates sobre a saúde coletiva e a ciência política, que tem por objetivo final a redação de uma proposta de política pública no campo do livro, leitura e literatura que será levada ao debate público.

2

A PESQUISA  produzida em 2022, na qual os membros da PBL acessam outros coletivos literários para compreender as condições de produção cultural, do trabalho e da organização das periferias ao redor da literatura, com 170 coletivos literários nos 8 estados.

3

OS CÍRCUITOS  METROPOLITANOS, momento de imersão local para escuta, trocas, análises e proposições entre os coletivos literários utilizando como base os resultados preliminares da pesquisa em cada estado.

4

A CARTA DA PBL  construída coletivamente como resultado da mobilização da pesquisa e dos Círculos Metropolitanos, direcionada ao PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) com recomendações para ampliação e estruturação do trabalho realizado pelos coletivos literários no campo do livro, leitura, escrita, bibliotecas, oralidades e literatura.

5

UM DOCUMENTÁRIO que será produzido em 2023 registrando a experiência dos coletivos, trazendo um pouco da diversidade da literatura produzida nas periferias do território brasileiro, retratando peculiaridades regionais da língua, do fazer poético e de suas implicações políticas.

formação

Com o objetivo de oferecer aos integrantes da rede um percurso comum, foi oferecida uma fase de formação sobre políticas públicas. Através de um curso a distância (EAD) foi apresentado o conceito de Saúde em seu sentido ampliado, relacionando-o aos determinantes sociais da saúde. Em seguida, foi trabalhada a noção de Estado, Sociedade e Poder, no que foi possível conectar noções teóricas e práticas da política contemporânea, abordando tanto os jogos de interesses ao redor da política, quanto o seu sentido objetivo, abordando o funcionamento do estado democrático de direito.

No curso foi resgatado o percurso específico das políticas públicas do livro, leitura e literatura no Brasil até seu marco mais recente a lei 13.696, Política Nacional do Livro (PNLE). O formato EAD contou com debates on-line com os professores. Essa prática permitiu aprofundar questões e mesmo derivar para novos argumentos. O corpo de professores é formado por:

JOSÉ CASTILHO, ex-secretário executivo do PNLE e que dá nome à Lei Castilho

CIDA FERNANDEZ, integrante da equipe do Programa Direito a Leitura do Centro Cultural Luiz Freire (PE) e da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias

VOLNEI CANÔNICA, ex-diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MINC

ROSE CIPRIANO, ativista da educação e do MNU – Movimento Negro Unificado

GABRIELA GAIA, doutora em arquitetura e urbanismo pela UFBA

JULIANA KRAPP, doutora em literatura brasileira pela UER) e pesquisadora ICICT/Fiocruz

LEONÍDIO SOUZA SANTOS, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz

FELIPE EUGÊNIO, historiador e coordenador da PBL – Cooperação Social da Presidência da Fiocruz

ANDRÉ LIMA, historiador e coordenador do Programa de Territórios Saudáveis e Sustentáveis de Centros Urbanos – Cooperação Social da Presidência da Fiocruz

DANIEL PINHA, professor de História do Brasil Contemporâneo, UERJ

DJEFFERSON AMADEUS, advogado criminalista e coordenador do Instituto em Defesa da
População Negra – IDPN

Baixe o volume 1 do Caderno da PBL e tenha acesso
ao percurso do primeiro ano da rede.
Baixe o volume 1 do Caderno da PBL e tenha acesso ao percurso do primeiro ano da rede.

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